Por Pr Samuel Balbino
Estes dias liguei minha TV e comecei a procurar algo que realmente valesse à pena assistir. Enquanto passeava pelos canais me deparei com um programa evangélico. Havia um “pastor” com um tom muito prepotente que esbanjava soberba em cima de um púlpito, mas as pessoas que o ouviam parece que não percebiam isso. Parei e deixei por alguns minutos sintonizado para ver até aonde aquilo ia. O tal pastor estava muito irritado porque ao que parece alguns políticos estavam perseguindo a sua denominação ou algo do tipo. Muito eufórico, o pastor que se auto-denomina “apóstolo” esbravejava da plataforma com quem tem muita autoridade naquilo que diz.
Lembro-me
também que ele constantemente apelava para os muitos “milagres” que
teoricamente acontecem nas reuniões feitas naquele lugar. Conclamava as
televisões para que fossem lá filmar e verem cegos enxergarem,
paralíticos andarem e cancerosos serem restaurados.
Num ímpeto de ira ele vocifera: Cuidado!
Se se levantarem contra esse ministério, eu amaldiçoou e a mão de Deus
vai pesar! Após ouvir isso ao vivo da boca de um homem que se julga
ministro de Cristo me veio à mente a pergunta: O que fizeram com o
evangelho?
Sem dúvida alguma isso que estão
pregando por ai a fora não é o evangelho de Jesus Cristo. A ameaça feita
por esse sujeito proclamado apóstolo não é uma atitude esperada de um
homem de Deus. Certa feita os verdadeiros apóstolos intentaram fazer
isso e o próprio Senhor os repreendeu:
Ora, quando se completavam os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. Enviou, pois, mensageiros adiante de si. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque viajava em direção a Jerusalém. Vendo isto os discípulos Tiago e João, disseram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir como Elias também fez? Ele porém, voltando-se, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as vidas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia” (Lucas 9.51-56).
Certamente
que sair por ai amaldiçoando os outros não é coisa para um cristão
fazer. Mas além disso, ocupar um horário tão importante da TV para fazer
este tipo de coisa é no mínimo uma grosseria para com aqueles que
desejam realmente pregar o evangelho nas mídias modernas, porém não
dispõe de recursos financeiros suficientes para isso. Os verdadeiros
apóstolo em sua época usaram a tecnologia a seu favor, viajando de um
lado para o outro em navios para anunciar a palavra ao maior número
possível de pessoas, além de escreverem todo o material que hoje
dispomos como o Novo Testamento. É evidente que a única meta deles era
anunciar o evangelho.
Onde
está este evangelho hoje? Não se vê pregadores televisivos falando do
evangelho. Vemos eles vendendo livros, DVDs, antenas, entradas para
congressos e etc. Outros usam do sensacionalismo e da ignorância dos
incautos para angariarem adeptos, o que significa mais dinheiro entrando
em seus cofres, uma vez que lá as pessoas são incentivadas e
sugestionadas a darem seu dinheiro em troca das bênçãos. E não venha
estes palradores frívolos e nem seus defensores dizerem que não é
verdade, porque só não vê isso quem for cego.
Covil de salteadores! Raça de víboras!
São estes os títulos que Cristo tem para vocês, os que usam o evangelho
como fonte de lucro.
O
verdadeiro evangelho hoje não está sendo pregado na TV. Ele está nas
pequenas congregações esquecidas do resto do mundo, está na boca dos
pastores desconhecidos e sem fama que devotam suas vidas para alcançar
pecadores. Está com o pobre missionário que renunciou a tudo para levar a
mensagem num país de língua estranha, de povo estranho e longe de sua
terra e família. O verdadeiro evangelho está oculto, e só é descoberto
àqueles a quem Deus quiser revelá-lo.
A esperança dos autênticos crentes é que um dia todos os exploradores da fé receberão a sua devida punição.
Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda” (2ª Pedro 2.3, NVI).
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