GERAÇÃO PRÉ-ADÂMICA

segunda-feira, 4 de março de 2013

UM DOS SIGNIFICADOS DE INVEJA: DOR. VIU, invejaDOR?


InvejaDOR

por Maria Angélica Falci

Falar sobre a inveja pode ser polêmico, mas é necessário clarear sobre esse primitivo sentimento inerente à natureza humana. O neurocientista japonês Hidehiko Takahashi, do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, em Tóquio, publicou estudos reveladores sobre o tema na revista científica americana Science. De acordo com o material, a inveja estaria localizada na mesma região cerebral da dor física, e o sentimento de contentamento diante do infortúnio alheio, ligado ao prazer. "Quando a sua conquista é a minha dor, a sua dor é a minha conquista", conclui o pesquisador.

Podemos ir adiante e dizer que, além de provocar emoções dolorosas, a inveja danifica o estado físico e emocional de quem a sente. O sentimento fragmenta relações, dilacera famílias e promove um profundo desconforto. Geralmente a inveja está associada a frutos de forte insegurança e baixa autoestima. "Ao mesmo tempo em que o ciúme é querer manter a todo custo o que se tem e a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não querer que o outro tenha", expôs Takahashi.

É difícil pensar que uma pessoa possa se sentir realizada com a não conquista do outro, mas é comum identificar esse sentimento, principalmente em pessoas com proximidade de faixas etárias, profissões similares e pertencentes ao mesmo nível socioeconômico.

A inveja pode ser relacionada com dois campos: construtivo e destrutivo. O construtivo permeia o campo da admiração, do desejo de parecer com alguém bemsucedido e alcançar o sucesso. Serve como uma mola para o crescimento. Nesse campo, a pessoa não deseja o infortúnio do outro e não faz nenhuma ação contrária. No entanto, essa é uma linha tênue que precisa ser trabalhada na mente e estruturada para que a pessoa se sinta bem sendo ela mesma e com gratidão por suas conquistas, mesmo que sejam diferentes do que foi idealizado.

Quando essa linha é ultrapassada, chega-se à inveja destrutiva. Aí mecanismos de autodestruição e ações contrárias podem ser comuns. A pessoa passa a ter ideias fixas, revoltas gritantes, depressões graves, agressividade extrema e possibilidade de autoextermínio e atos conscientes ou não contra si. Nesse estágio, essas pessoas podem armar, manipular, difamar, perseguir, torturar, caluniar e até desejar a morte.

Salvo exceções, as pessoas geralmente apresentam possibilidades reais de vivenciar ou eliminar a inveja. É um sentimento primitivo, mas não estático, que pode ser trabalhado e eliminado da mente. 

Quando uma pessoa se sente bem consigo, gosta das suas escolhas, torce verdadeiramente pelas conquistas alheias e se satisfaz com facilidade, ela geralmente tende a sentir menos inveja.
Portanto, sua trajetória de sucesso pode estar bem ao seu lado. Foque em você, siga bons exemplos e encontre o seu lugar.

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