GERAÇÃO PRÉ-ADÂMICA

domingo, 1 de julho de 2012

CRER NA EXISTÊNCIA DO INFERNO PODE REDUZIR CRIMINALIDADE.


Estudo aponta que crença no inferno está ligada à redução de criminalidade

Equipe LifeSiteNews
EUGENE, Oregon, EUA, 21 de junho de 2012 (LifeSiteNews.com) — Considera-se que as religiões servem como um escudo para comportamentos antiéticos. No entanto, em se tratando de prever comportamentos criminosos, as crenças religiosas específicas que as pessoas têm são fatores determinantes, de acordo com um psicólogo da Universidade de Oregon.
estudo, que apareceu na revista da Biblioteca Pública de Ciência (Public Library of Science) PloS ONE, revelou que a criminalidade é mais baixa em sociedades onde as crenças religiosas das pessoas contêm um forte componente punitivo do que em lugares em que as crenças religiosas são mais benevolentes. Um país onde muito mais pessoas acreditam mais em céu do que em inferno, por exemplo, está propenso a ter índices de criminalidade muito mais altos do que em lugares onde essas crenças estão mais pareadas. A descoberta surgiu de uma análise abrangente de 26 anos com dados envolvendo 143.197 pessoas em 67 países.
Azim Shariff, psicólogo da Universidade de Oregon, estuda o impacto de crenças específicas da religião no comportamento das pessoas.
“A descoberta chave é que, na comparação dos números, o número de pessoas que creem no inferno prevê taxas de criminalidade mais baixas, mas o das que creem no céu prevê taxas de criminalidade mais altas, e isso é um grande impacto”, afirma Azim F. Shariff, professor de Psicologia e diretor do Laboratório de Cultura e Moralidade da Universidade de Oregon. “Acredito que seja um indicador importante dos diferentes efeitos da punição e da benevolência sobrenaturais. A descoberta é coerente com a pesquisa comparada que fizemos no laboratório, mas aqui ela mostra um poderoso efeito “real” a respeito de algo que realmente afeta as pessoas: a criminalidade”.
No ano passado, na Revista Internacional de Psicologia da Religião (International Journal for the Psychology of Religion), Shariff relatou que estudantes de graduação estavam mais dispostos a cometer adultério quando acreditavam mais em um Deus perdoador do que em um Deus punitivo.
Crenças religiosas geralmente são vistas como “uma construção monolítica”, observa Shariff. “Quando você divide a religião em construções diferentes, você começa a ver relações diferentes. Nesse estudo, descobrimos duas diferenças que vão em direções opostas. Se você olhar para a crença religiosa de forma geral, essas direções separadas são diluídas, e não é possível enxergar nada. Não aparecem os sinais dessa relação”.
As novas descobertas, acrescenta Shariff, se encaixam em um conjunto de provas de que a punição sobrenatural surgiu como uma inovação cultural muito eficiente para fazer com que as pessoas agissem de maneira ética uns com os outros. Em 2003, afirma, os pesquisadores da Universidade de Harvard Robert J. Barro e Racher M. McCleary descobriram que o Produto Interno Bruto era maior nos países desenvolvidos quando as pessoas acreditavam mais no inferno do que no céu.
“A punição sobrenatural, na comparação entre os países, parece prever taxas de criminalidade mais baixas”, afirma Shariff. “Nesse ponto, só podemos especular a respeito dos mecanismos, mas é possível que as pessoas que não acreditam na possibilidade da punição depois da morte sintam que podem se safar depois de viverem comportamentos antiéticos. Existem menos impedimentos por questões de céu e inferno”.
Mas ele acrescenta que esses dados são correlacionais, de modo que é preciso cuidado antes de tirar conclusões a respeito. Embora Shariff e a coautora do estudo, Mijke Rhemtulla, do Centro de Métodos de Pesquisa e Análise de Dados da Universidade do Kansas, tenham procurado apresentar explicações alternativas óbvias, é preciso mais pesquisas para explorar essas interpretações das descobertas.
Os dados para as crenças no inferno e no céu, a crença em Deus e frequência às reuniões religiosas foram extraídos das pesquisas de Valores Mundiais e Valores Europeus realizados em vários períodos entre 1981 e 2007. Os dados de criminalidade utilizados foram extraídos dos registros da ONU sobre homicídios, assaltos, estupros, sequestros, agressões, furtos, crimes relacionados a drogas, roubo de veículos, arrombamentos e tráfico de pessoas. Outros fatores considerados incluem a religião dominante do país (católico romano, outras filiações cristãs e muçulmanas), distribuição de renda, expectativa de vida e taxa de encarceramento.
“A pesquisa fornece uma nova percepção das potenciais influências das crenças culturais e religiosas sobre consequências chave em nível de sociedade”, afirma Kimberly Andrews Espy, vice-presidente para pesquisa e inovação. “Embora essas descobertas possam ser controversas, dissecar as associações entre sistemas de crenças específicos e comportamentos epidemiológicos é um primeiro passo importante para os cientistas sociais desembaraçarem a complexa teia de fatores que motivam o comportamento humano”.
Traduzido por Luis Gustavo Gentil do artigo do LifeSiteNews: “Study: Belief in Hell is associated with reduced crime

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